Resfriado Comum:
O resfriado é causado pelo rinovírus. Caracteriza-se por sintomas leves e auto-limitados: nariz entupido e secreção nasal de coloração variável. Febre e sintomas gerais (dor no corpo, mal-estar), se ocorrerem, são de baixa intensidade. Os sintomas melhoram sensivelmente em um período de três a quatro dias e a recuperação completa ocorre em cerca de dez dias. O tratamento consiste em aumentar a ingestão de líquidos, uso de analgésico-antitérmico e higiene nasal com solução salina. Deve-se evitar o uso prolongado de descongestionante nasal em forma de gotas, pois gera dependência. Gripe: A gripe também é uma doença viral, causada pelo vírus Influenza. Os sintomas são mais fortes do que os apresentados no resfriado. Os infectados apresentam febre alta, dores musculares e de cabeça, cansaço e obstrução nasal. O ciclo da doença dificilmente ultrapassa dez dias, tempo que varia conforme o sistema imunológico do paciente. Costuma-se dizer que a diferença entre gripe e o resfriado é que a primeira coloca o paciente na cama pelo maior comprometimento geral. Para o tratamento, recomenda-se repouso, alimentação balanceada e ingestão abundante de líquidos. O uso de antialérgicos e antitérmicos deve ser administrado conforme orientação médica.
Rinite alérgica:
A rinite alérgica é uma doença de caráter inflamatório iniciada por uma reação exagerada do organismo a substâncias estranhas (os chamados alérgenos). Este problema atinge cerca de 20% da população e pode ter caráter intermitente ou ser persistente. Os sintomas da rinite alérgica, em especial a obstrução nasal, levam a uma queda na qualidade do sono e conseqüentemente a uma diminuição no desempenho escolar e no trabalho. Os sintomas deste tipo de alergia são manifestados logo após alguns minutos do contato com a substância que provoca a alergia. Os alérgenos mais comuns são: os ácaros do pó caseiro, o pêlo de animais, as gramíneas, os fungos, entre vários outros. Os principais sintomas da rinite são: obstrução nasal, coriza (secreção tipo água de torneira), espirros em seqüência e coceira no nariz. Os sintomas ocorrem nos dois lados do nariz. Para o diagnóstico, é necessária a realização de um exame nasal (rinoscopia) e de exames laboratoriais (ex: teste cutâneo). Para o tratamento deste tipo de alergia, é indicado o controle do ambiente, para que sejam tirados os agentes causadores da alergia (por exemplo, diminuir a exposição ao pó caseiro). Como nem sempre a limpeza completa é possível, o uso de medicamentos é freqüentemente recomendado. O correto é tratar a rinite não apenas na presença dos sintomas, mas também na ausência deles, evitando as re-agudizações. O uso de medicamentos deve ser supervisionado pelo médico assistente. Para evitar a rinite alérgica, é extremamente importante ficar longe de objetos empoeirados, não ter em casa animais de estimação com muitos pêlos, evitar talcos e perfumes, fumaça de cigarro, entre outros cuidados.
Sinusite:
A sinusite é uma inflamação da mucosa que reveste internamente as cavidades internas dos ossos faciais, conhecidas como seios paranasais. Essas cavidades são revestidas por uma mucosa respiratória que secreta o muco, responsável por lubrificar as vias aéreas e remover as impurezas que respiramos. A sinusite aparece quando a mucosa é infectada por vírus, bactérias ou fungos. Na grande maioria das vezes a doença é de origem viral e auto-limitada. Deve-se suspeitar de doença bacteriana sempre que os sintomas agudos pioram de intensidade após o quarto ou o quinto dia ou permanecem por mais de dez dias. Os sintomas típicos são: obstrução nasal, catarro amarelo-esverdeado, sensação de pressão atrás das bochechas, aumento da congestão nasal, dor nos seios da face e até mesmo dor nos dentes superiores. É comum também a ocorrência de tosse e alteração do olfato. As mesmas medidas adotadas para os resfriados e gripes aliviam os sintomas da sinusite. A grande minoria de casos necessita, além das lavagens nasais com soro fisiológico, analgésicos e descongestionantes, da prescrição médica de antibióticos e anti-inflamatórios. Não se aconselha o uso de antibióticos e de corticosteróides sem a consulta e orientação médica. Pacientes com sintomas persistentes, recorrentes ou crônicos devem procurar o otorrinolaringologista para que seja realizado um exame minucioso das cavidades nasais e paranasais, como, por exemplo, a vídeo-endoscopia nasal.
Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono:
A apnéia ocorre quando há uma parada na respiração durante o sono. Essas paradas podem acontecer várias vezes por noite e ter intensidades variáveis. Os principais sintomas deste problema são o ronco noturno e o cansaço durante o dia, que ocorre em maior ou menor grau na maioria dos casos de apnéia. Esta doença pode estar relacionada a alterações cardiovasculares, tais como a Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS (30% entre os pacientes com HAS), a complicações neurológicas (AVC), alterações metabólicas (diabetes tipo II), obesidade e alterações de comportamento, etc. As principais conseqüências da síndrome da apnéia obstrutiva do sono estão relacionadas à má qualidade de vida, já que pode causar sonolência excessiva diurna, déficit de memória, concentração, irritabilidade, além de graves complicações cardiovasculares, neurológicas e metabólicas. Diversos fatores podem causar ou agravar o problema (por exemplo, doenças nasais que levam a obstrução nasal, doenças das amigdalas, da língua, da configuração dos ossos da face, etc.). Exames específicos da via aérea superior (fibronasofaringolaringoscopia e cefalometria) e de análise do sono (polisonografia) costumam fornecer o diagnóstico. O tratamento depende da determinação correta da causa e da gravidade do problema. Medidas preventivas como a redução do peso, a prática de exercício físico, não tomar bebidas alcoólicas à noite, evitar alimentação pesada duas horas antes de dormir, evitar o uso de medicamentos indutores do sono, entre outras, costumam beneficiar muito os pacientes. O médico assistente pode indicar. em casos individualizados: medicamentos, cirurgias (do septo e cornetos nasais, da faringe, da língua, dos ossos da face, etc.), aparelhos intraorais ou CPAP (aparelhos que geram pressão positiva contínua e impedem o colabamento da via aérea).
Resfriado, gripe, sinusite, rinite alérgica e não-alérgica, bronquite e asma são as chamadas doenças de inverno. Vários fatores são responsáveis pela ocorrência ou agravamento destas moléstias nos meses frios. Em especial, devemos observar que o frio leva a permanência de adultos e crianças em ambientes fechados, com maior número de pessoas, o que favorece a disseminação de vírus e bactérias. O organismo gasta muita energia para se adaptar as mudanças bruscas de temperatura, o que é extremamente comum no nosso meio. Portanto, as primeiras medidas de proteção são exatamente estar bem agasalhado e manter os ambientes ventilados. É importante deixar claro que estar bem agasalhado não significa excesso de roupa. De maneira geral, os pais devem saber que a quantidade de roupa que nos faz sentir bem é a mesma necessária para as crianças. Uma boa regra seria uma camiseta, depois uma camisa e um agasalho. Dê preferência para roupas com 100% de algodão ou outros tecidos sintéticos, evitando a lã. Roupas guardadas por longo tempo nos armários devem ser inicialmente lavadas com água quente e secadas ao sol. Os velhos conselhos das vovós parecem ser verdadeiros nos climas frios: meia nos pés, sempre, especialmente ao sair da cama e no contato com pisos mais frios (banheiro pós-banho) e evitar ficar com o cabelo molhado e se expor ao frio nessa condição. Os banhos não devem ser demorados nos dias e horários mais frios (cedo, pela manhã, e à noite), e a temperatura da água não precisa ser demasiadamente elevada. Mais importante é evitar que correntes de ar frio cheguem ao corpo logo após a saída do banho. Secar-se e vestir-se dentro do banheiro são hábitos interessantes nos meses de frio. Quanto a alimentação, deve-se manter hábitos saudáveis, evitando o excesso de gorduras e doces e dando preferência para frutas, verduras e iogurtes naturais. É importante também ingerir muitos líquidos, evitando bebidas geladas.
Cuidados especiais com o quarto das crianças no sentido de diminuir a exposição aos ácaros são essenciais nos alérgicos: remover ou limpar com freqüência tapetes, carpetes, cortinas de tecido e bichos de pelúcia. Evitar: cobertores de lã, dando preferência para edredons sintéticos ou de algodão. Evitar travesseiro de pena. Evitar que animais de pêlo durmam e circulem pelo quarto da criança. Roupas e cobertores devem ser lavados e secados ao sol, se possível, antes do uso. Além disso, os pais devem evitar totalmente o contato da fumaça do cigarro com os filhos. Regra obrigatória: não fumar dentro de casa. Crianças pequenas que freqüentam creches costumam apresentar mais resfriados e gripes: média de até seis ocorrências por ano. Esses episódios são geralmente auto-limitados, não devendo ultrapassar 10-14 dias. Deve ser utilizado medicamento para dor e febre e evitar automedicação com antibióticos e xaropes para tosse sem orientação do médico assistente. De maneira geral, quando existe febre, deve-se evitar a aula (geralmente este sintoma cede em 48 horas). Ar condicionado no quarto não representa grande problema. Contudo, alguns cuidados devem ser observados, como a limpeza periódica do filtro e da parte externa do mesmo. Outra medida importante é manter uma pequena abertura da porta do quarto para favorecer a circulação do ar. Ar condicionado central é desaconselhado pelas dificuldades que se tem com a limpeza do mesmo. Mantenha aquecedores e estufas longe das crianças para evitar queimaduras e até incêndios. Deve-se evitar também dormir com aquecedores a gás e lareiras, pois podem gerar sérios problemas relacionados a inalação de monóxido de carbono. As vacinas para gripe podem ser indicadas e são bastante efetivas. São indicadas, especialmente, em pessoas com idade superior a 60 anos.